few words...

in
few words
we can
teLL
the
world...

16.12.07


Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim,
em que o gozo da entrega se sofre inteiramente. E, assim, muitas vezes,
escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me
façam festas, criança menina ao colo delas. São frases sem sentido,
decorrendo mórbidas, numa fluidez de água sentida, esquecer-se de ribeiro em
que as ondas se misturam e indefinem, tornando-se sempre outras, sucedendo a
si mesmas. Assim as ideias, as imagens, trémulas de expressão, passam por
mim em cortejos sonoros de sedas esbatidas, onde um luar de ideia bruxuleia,
malhado e confuso. f. pessoa

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