“Certos espíritos dificilmente admitem que uma coisa simples possa ser bela, e menos ainda que uma coisa bela é necessariamente simples, em nada comprometendo a sua simplicidade as operações complexas que foram necessárias para realiza-la. Ignoram que a coisa bela é simples por depuração, não originariamente; que foi preciso eliminar todo elemento de brilho e sedução (coisa espetacular), como todo resíduo sentimental (coisa comovedora), para que somente o essencial permanecesse. E diante da evidente presença do essencial, não o percebendo, até mesmo fugindo a ele, o preconceituoso procura o acessório, que não interessa e foi removido. Mais pura é a obra, mais perplexa a indagação:”Mas é somente isto? Não há mais nada?” – havia mas o gato comeu ( e ninguém viu o gato).”
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
4.4.08
A coisa simples
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